Pergunta:Boa tarde!
Sou a Sofia R. e tenho 22 anos, e tomei conhecimento do seu blog ao pesquisar na internet ajuda para resolver um problema que tenho com os meus pés.
Passo a explicar o que me aconteceu: No passado dia 20 de Outubro tive um jantar de curso, como sabia que iria passar muitas horas de pé e a dançar decidi não calçar sapatos de salto alto, mas sim umas sabrinas, de salto raso. Durante a tarde desse dia andei com as tais sabrinas calçadas, para tentar que a frente fosse alargando, visto não as calçar frequentemente.
Passei grande parte da noite de forma confortável, mas chegou a uma altura em que comecei a ficar com os pés muitos inchados, algo que me costuma acontecer quando passo muito tempo em pé, e comecei também a ter dores nos 1ºs dedos de ambos os pés, algo que também me costuma acontecer e sem ser necessário estar tanto tempo com determinado tipo de calçado.
Mas, acontece que quando me descalcei vi que não era o fato de os meus pés estarem inchados, nem estavam muito, a causa das minhas dores, mas sim os dedos grandes de ambos os pés. Estes estavam inchados, e ao tocar nas unhas doía-me imenso. Passada quase uma semana os meus dedos continuam inchados, as unhas com tom escuro, parecendo estar levantadas, e tenho dores, até quando toco nas unhas.
Mas, ontem, dia 25 de Outubro estive a cortar as unhas, cuidadosamente, mas, quando estava na unha do 1º dedo do pé direito, o corta-unhas espetou um pouco na pele e saiu líquido (de tom avermelhado e transparente), parecia que tinha rebentado uma bolha de água. Depois, experimentei a espetar, com uma agulha, com cuidado, a pele por baixo das unhas de ambos os pés e foi saindo sempre líquido. Começou a deixar de sair. Esta manhã voltei a fazer o mesmo procedimento, tornou a sair líquido, fui espetando e apertando as unhas até deixar de sair....Mas sinto e vejo que há mais por baixo das unhas. Estas ainda mantêm um tom escuro.
Peço desculpa por mandar um e-mail tão longo, mas preciso saber o que devo fazer, que medicamentos devo aplicar.
Sem mais assunto de momento, desde já agradeço a atenção.
Cumprimentos, Sofia R.
Resposta:
Cara Sofia,
os sapatos ou sabrinas que utilizou realmente foram os causadores deste problema. Habitualmente este calçado apesar de largo, tem uma biqueira baixa o que pressiona muito a ponta dos dedos.
O líquido ensanguentado que descreve é processo inflamatório com sangue provocado por microtraumatismos de repetição causados pelo sapato. Levaram ao rompimento de capilares ou pequenos vasos por baixo das unhas e consequentemente provocaram um hematoma subungueal.
Nestes casos o melhor que se faz é drenar o conteúdo inflamatório e hemático, para retirar a pressão e aliviar a dor.
Numa primeira fase e durante alguns dias, deve-se aplicar um antisséptico à base de iodo ou clohexidina para quem é intolerante ao iodo. e pode-se aplicar uma pomada antibiotica para prevenir infecções bacterianas.
Após a cicatrização deve-se iniciar um tratamento antifúngico preventivo, pois é muito frequente a instalação de uma infecção fúngica após um traumatismo ungueal.
Para isso deve recorrer a um podologista para realizar uma limpeza adequada da unha e aplicar um antifúngico adequado ao seu problema.
Cumprimentos,
Joana Azevedo
Podologista
Clínica Parque do Estoril / Clínica da Beloura
Tel: 219236381/0
(Artigo publicado em Outubro 2011 no Jornal 'Dica da Semana')
Cuide da sua Saúde e Bem-Estar
O uso regular de calçado fechado, essencial nos meses mais frios, propicia o aparecimento de alguns fungos nos pés, que muitas vezes são desvalorizados pelas pessoas. De facto, de acordo com um estudo realizado em 2007 pela Associação Portuguesa de Podologia, 86 por cento dos portugueses sofria de doenças nos pés, embora apenas 12 por cento dos inquiridos já tivesse ido a uma consulta de podologia, a ciência na área da saúde que estuda o pé. Segundo a podologista Joana Azevedo (http://podologia.sapo.pt/) “antes do inverno e do verão, quando mudamos de calçado aberto para fechado e de fechado para aberto respetivamente é a altura indicada procurar um podologista e fazer em check up podológico”. Mas na verdade, quer seja durante o inverno, quer seja durante o verão, existe uma série de cuidados básicos a ter em conta, por forma a manter a saúde dos pés, ou não fossem eles a base de sustentação de todo o corpo. “Lavar diariamente os pés com água não muito quente e sabão de pH neutro; secá-los cuidadosamente com uma toalha macia, especialmente entre os dedos; aplicar um creme ou uma loção hidratante para manter a pele suave e hidratada; usar sempre meias limpas e de fibras naturais, tal como o algodão, ou evitar andar descalço particularmente em locais públicos”, são alguns dos conselhos básicos avançados pela podologista Joana Azevedo, que salienta ainda a importância de “efetuar um corte retilíneo das unhas não as deixando demasiado curtas; não tentar remover as calosidades com objetos cortantes, ou de fricção e não usar calicidas ou outros produtos suscetíveis de provocar lesões ou agressões na pele”. A escolha de calçado confortável e adequado ao pé é um dos aspetos mais importantes a ter em consideração para garantir a sua saúde e bem-estar, principalmente durante o inverno (ver caixa de texto), uma vez que muitas das patologias podológicas características desta época do ano surgem precisamente devido a uma má escolha do calçado. Entre as principais patologias que podem surgir nos pés durante o inverno, destaque para os “eritemas pérnios ou frieiras, as unhas encravadas, as micoses (onicomicoses e dermatomicoses, respectivamente) e os calos e calosidades (helomas ou hiperqueratoses) provocados pela pressão dos saltos altos e/ou fricção das frentes apertadas”, diz esta podologista. Importante será referir que “o hábito de pintar constantemente as unhas também pode levar ao aparecimento de patologias ungueais, tais como as onicomicoses, pois cria uma barreira que impede a oxigenação natural e própria das unhas”, refere Joana Azevedo. Além disso, também as peles ou cutículas em volta das unhas não devem ser totalmente removidas, uma vez que funcionam como uma barreira de proteção entre a unha e a pele para determinado tipo de micro-organismos, que só provocam danos no nosso corpo se tiverem acesso a uma espécie de porta de entrada. De salientar, que quer a pessoa faça a sua própria pedicure em casa, quer a faça em estabelecimentos próprios, sempre que detetar uma alteração da pele ou das unhas, bem como o aparecimento de calos e calosidades, deve consultar de imediato um especialista em patologias do pé, como é o caso dos podologistas, para tratar convenientemente a patologia de forma elimina-la, evitando assim que esta se torne crónica.
Caixa de texto
Calçado para o dia-a-dia
Principais características a ter em conta
De acordo com a podologista Joana Azevedo existem alguns critérios básicos a ter em consideração na hora de escolher o calçado ideal para o dia-a-dia. Devemos escolher sempre modelos:
De salientar, que segundo esta especialista “a altura ideal para comprar sapatos é ao final do dia, quando o pé está mais dilatado”.
Sites favoritos
APP - Associação Portuguesa de Podologia
NYCPM - New York College of Podiatric Medicine
Congresso Nacional Espanhol de Podologia
Dietética e Nutrição - Dietista