Pergunta:
Boa tarde A minha tem 8 anos (vai fazer 9 anos em Maio) e tem pé chato. Por volta dos 3 anos detectamos que entortava os pés para dentro, mas não nos disseram que ela tinha pé chato nessa altura. Ela usou botas ortopédicas durante dois anos. Ao fim desse tempo o médico ortopedista disse que o problema estava resolvido. No entanto o ano passado começamos a notar que ela voltou a entortar os pés. Recorremos ao médico de família que a encaminhou para a consulta de ortopedia no Amadora Sintra. descobrimos que tem uma ligeira escoliose, mas o médico desvalorizou a questão dos pés.Receitou-lhe uma palmilha para compensar o desvio da coluna que usa no pé esquerdo. No entanto resolvemos consultar outro médico que nos confirmou o diagnóstico de pé chato, mas que nesta idade já não é possível corrigir. A questão é: é mesmo verdade que aos oito anos já não vamos a tempo de corrigir com palmilhas? As palmilhas terão que ser ajustadas em função de cada criança, ou o modelo standard serve (ela já calça o 36)? Este médico também nos falou da cirurgia e que a ser feita o deve ser até aos 12 anos. O que será melhor? Agradecemos os seus comentários. Estela Tomás
Resposta:
Boa noite,
Tenho uma dúvida em relação às palmilhas para o pé cavo.
Eu consultei um podologista porque tenho o pé cavo, e isso fazia-me dores nos pes e algum cansaço, assim como algumas dores nos joelhos, e foi-me feita a consulta e o molde dos pés para fazer então as palmilhas especificas para o meu problema, e a minha questão prende-se com o uso das mesmas, ja que as tenho quase há um mês e desde que as uso tenho tido muitas dores nas costas, joelhos e inclusive no pescoço, zona na qual tenho tendencia a acumular muita tensão. Estará relacionado com a habituação do corpo à nova "posição" e apoio, devido à compensação das palmilhas, uma vez que o pé é a base de todo o corpo e da coluna vertebral?
(...)
no meu ver seria até normal ter algumas dores devido ao corpo estar habituado a uma certa posição, anos a fio, e agora ao mudar a mesma posição e apoio do pé, o corpo se manifestar ate se habituar a ela, estrei certa?
O que é certo é que tenho tido muitas dores principalmente na zona dos rins, joelhos e ombros/pescoço e que começaram apos o começo da utilização das palmilhas.
Obrigado
Rita Morgado (28 anos)
Lisboa
RESPOSTA:
Cara Rita,
Na realidade o uso de suportes plantares ou ortóteses plantares vulgarmente denominadas por palmilhas, pode levar a alterações na postura e na biomecânica do corpo Humano.
Habitualmente o centro de gravidade é alterado, bem como o centro de médias pressões da base de sustentação que são os pés.
Estas modificações associadas a um novo apoio e uma nova forma de distribuição das pressões plantares podem originar grandes alterações a nível osteo-articular e musco-ligamentar, o que faz com que biomecanicamente todo o membro inferior (pé-tornozelo-joelho e anca), bem como a coluna vertebral sofram alterações biomecânicas importantes.
É importante referir que estas alterações associadas ao uso dos suportes plantares ortopodológicos são benéficas e necessárias para a reeducação da postura e alinhamento do indíviduo.
O que habitualmente é feito e na minha consulta é obrigatório, ao mínimo sinal de desconforto ou dor aquando da habituação às 'palmilhas' é encaminhar o paciente para Reeducação Postural Global - RPG - na consulta de fisioterapia/osteopatia integrada na minha equipa de trabalho.
Esta terapia permite em pouco tempo reeducar o corpo humano para a nova postura sem que hajam alterações nefastas, nomeadamente desconforto ou dor.
O benefício e a maior rapidez nos resultados oferecidos pelo uso dos suportes plantares são óptimizados com esta técnica/terapia e o paciente rapidamente ultrapassa a fase de habituação e usufrui plenamente do benefício do uso do tratamento ortopodológico.
Cumprimentos,
Joana Azevedo
Podologista
Boa tarde.
Muito obrigado pela sua resposta, fiquei muito mais esclarecida e tudo o que refere é realmente o que sinto, inclusive, ao nivel do pescoço e cabeça, chego a ter dores e sensação de tonturas, é algo que me está a afectar realmente todo o corpo e é muito incomodo e provoca mau estar.
Vou regularmente a uma osteopata, precisamente por este problema de acumulação de tensão na zona do pescoço, e, da proxima vez que lá for vou mencionar este assunto, pode ser que me possa então fazer algo que me permita melhorar e adaptar mais facilmente às palmilhas, uma vez que menciona o reencaminhamento para a área de fisioterapia/osteopatia. É um tratamento que qualquer osteopata poderá saber fazer, ou este tipo de tratamento é especifico da área de podologia?
Agradeço muito o seu esclarecimento, fez-me entender melhor os meus sintomas e perceber que afinal o que sinto está efectivemente relacionado com a habituação as palmilhas, porque me estava a fazer muita confusão ter estas dores e terem-me dito que não estaria relacionado...
Muito obrigado.
Rita Morgado.
RESPOSTA:
Cara Rita
A àrea de RPG é mais do âmbito da fisioterapia. Contudo os nossos terapeutas têm formação em fisoterapia e osteopatia o que complementa muito o tipo de intervenção que é feita. Daí eu dizer-lhe que o ideal é um terapeuta licenciado em fisioterapia e em osteopatia.
Em Portugal já existem algumas pessoas com ambas as formações, como é o caso dos colegas que integram a equipa da nossa clínica. É de facto uma mais valia o tratamento executado por um destes profissionais.
Cumprimentos,
Joana Azevedo
Podologista
Cara Ana,
A fasceite plantar é uma inflamação da fáscia que envolve as estruturas que existem na planta do pé. Pode ocorrer quando estão presentes alterações biomecânicas do membro inferior (pé plano, pé chato, entre outras), que favorecem tracções mecânicas anormais na fáscia plantar (compressão/distenção).
Contudo pela descrição que faz do seu problema (sintomatologia dolorosa no calcanhar) pode tratar-se de uma fasceíte plantar que já originou ou despoletou um esporão de calcâneo.
O esporão de calcâneo é uma consequência da fasceíte plantar e trata-se de um crescimentos ósseo (exostose) anormal na face plantar do osso calcâneo.
Este fenómeno acontece devido à constante inflamação da fáscia plantar e por depósito de processo inflamatório crónico que acaba por calcificar e fusionar-se com o calcâneo originando uma protuberância saliente e dolorosa.
O pé plano conhecido vulgarmente por pé chato é uma alteração da estrutura do pé que leva à diminuição ou ausência da curvatura ou arco longitudinal interno do pé (“barriguinha”).
É uma das patologias que provocam mais alterações no pé devido ao exagerado movimento de queda do pé “para dentro” – pronação excessiva.
Clinicamente a sintomatologia do pé plano pode manifestar-se por: quedas frequentes; deformações ósseas (hallux valgus e joante, entre outras); claudicação (mancar/cochear); cansaço físico; dores lombares; dores na planta do pé, nomeadamente a nível do arco interno (a “Barriguinha”); etc. Contudo exitem várias formas clínicas de pé plano, o que significa que podem originar sinais e sintomas diferentes.
O uso de suportes plantares personalizados (palmilhas) é uma das formas de tratamento corrigindo ou compensando do pé plano.
Os suportes plantares devem ser realizados por um podologista, mediante a prévia realização de um estudo biomecânico estático e dinâmico (avaliação clínica específica para este tipo de alterações) e um molde plantar de cada pé, através do qual se confecciona o suporte plantar personalizado.
Entre os 20 e os 79 anos anos existem cerca de um milhão de diabéticos em Portugal. Equivale a 10% da população portuguesa.
15% dos diabéticos desenvolvem o chamado Pé de Risco (o equivalente a 150.000 portugueses), significa que podem ter alterações graves ao nível dos pés.
Por causa da Diabetes, a cada 30segundos perde-se um membro inferior ou parte dele, em todo o mundo.
2 a 5% dos diabéticos desenvolvem úlcera do pé e só dois terços cicatrizam.
Cerca de 28% dos diabéticos que desenvolvem úlcera crónica sofrem amputação do membros inferior ou parte dele.
A Pressão Transcutâneo de Oxigénio (PTO2) é um método complementar de avaliação do Pé Diabético com lesão crónica. Sendo que uma PTO2 superior a 30mmHg, representa 75% de hipótese de cura da lesão com tratamento conservador. Não necessitando de revascularização.
80% das úlceras neuropáticas localizam-se no antepé a nível plantar. Sendo a hiperpressão, causada por alterações biomecânicas, uma das suas principais causas.
A Diabetes Mellitus é responsável por 40 a 60% de todas as amputações não traumáticas.
Em Portugal existem cerca de 70.000 amputados. 85% das amputações resultam da Diabetes Mellitus e/ou de doenças vasculares.
Fonte: Serra, Luis Alvim, em: 'Pé Diabético Manual para a Prevenção da Catástrofe', LIDEL 2ª edição
Nome: Florival Espírito Santo
Em princípio, o tratamento para a sua patologia passará pelo uso de um suporte plantar (palmilha) adequado e personalizado, que se obtém através de um molde do seu pé. Este suporte plantar personalizado deve ser realizado por um podologista.
Cumprimentos,
Joana Azevedo
De: Ana Cristina Mota Dias
Tenho dores no pé direito na zona do joanete. Já se sente mesmo uma saliência. Gostaria de saber qual o melhor caminho. Obrigado
Resposta:
O joanete, como vulgarmente é denominado, é na realidade um crescimento ósseo (exostose) que se vai formando como consequência de um desvio do 1º dedo (Hallux Abductus Valgus).
O tratamento desta patologia passa por uma avaliação biomecânica do pé para que seja possível identificar qual a alteração estrutural do pé que está a causar o desvio do 1º dedo e consequentemente o 'joanete'.
Neste momento aconselho-a a consultar um podologista para realizar um exame físico e biomecânico do pé, afim de identificar a alteração estrutural que está na origem do 'joanete' e das dores que sente.
Cumprimentos
Joana Azevedo
Olá Dra. Joana,
Me chamo Greice e tenho 24 anos.
Moro em uma cidade pequena de SC e não existem podologistas por aqui e nem nas cidades vizinhas, somente a mais de 300km, por isso gostaria de lhe fazer algumas perguntas e espero muito que você possa respondê-las.
Não consigo usar sapato de salto. Depois de cerca de 5minutos a planta dos meus pés começam a doer sem parar, quase que fico sem forças para ficar de pé. Então nunca posso usar algo que nos deixa tão femininas, mesmo que às vezes somente.
Outra questão é que a pele do meu pé é muito fina e sensível, por isso tenho que quase sempre usar band-aid (menos com tênis). Tanto nos dedinhos, calcanhar, etc. Outra coisa é que embaixo dos meus pés, na planta (parte do pé que fica abaixo dos dedinhos), a pele é bem mais dura do que nos outros lugares, o que me incomoda um pouco. Será que a pressão que o meu corpo exerce nesse lugar é maior?
Desde já lhe agradeço,
Greice.
Cara Greice,
Habitualmente, as dores na planta do pé devem-se a problemas biomecânicos que se reflectem numa má distribuição de pressões (forças/cargas que chegam ao pé devido ao peso e locomoção do corpo).
Esta má distribuição de pressões tem como causa, na maioria das vezes, alterações estruturais, como o pé plano ('pé chato') ou o pé cavo, entre outros.
Neste momento parece-me importante que faça uma avaliação biomecânica a fim de detectar a causa destas dores. Deste modo pode ser aconselhada quanto ao tratamento que deve usar, bem como o tipo de calçado mais adequado para o seu problema.
Quanto à descrição que faz da pele muito fina e sensível, parece estar associada a insuficiência de tecido adiposo. Esta patologia agrava-se com a idade, uma vez que está relacionada com a perda da gordura natural da pele e de algumas estruturas a ela inerentes. Com o passar dos anos é comum que se percam tecidos que servem de almofada natural da pele e o amortecimento do pé fica comprometido, levando a dores e sintomas como os que refere.
A insuficiência de tecido adiposo pode ser minimizada com tratamentos conservadores e paliativos que proporcionam maior conforto e bem estar aos pés.
O uso de suportes plantares (palmilhas ou ortóteses), executadas por um podologista, mediante a obtenção de um molde dos seus pés é, normalmente, o tratamento indicado para este tipo de problemas.
No que diz respeito à calosidade ou pele mais dura por baixo dos dedos (zona subfalângica ou zona metatarsal), está também relacionada com a má distribuição das pressões plantares e reflecte tudo o que foi dito acima.
O uso continuado de suportes plantares (ortóteses ou palmilhas) diminui a formação da calosidade (hiperqueratose) levando ao seu desaparecimento.
O tratamento quiropodológico das calosidades (remoção das calosidades), deve ser feito como coadjuvante do tratamento ortopodológico (palmilhas).
De qualquer modo e dado que não lhe é fácil consultar um podologista, poderá aliviar os seus problemas utilizando calçado menos agressivo para os seus pés, nomeadamente sapatos com saltos de 2 a 3 centímetros e com a frente ampla de forma a que o seu pé se sinta confortável. Desta forma melhorará também a sua postura diminuindo a tendência para o desenvolvimeto de calosidades.
Cumprimentos,
Joana Azevedo.
Nome: Ricardo Cardoso
Localidade: Quinta do Conde
Pergunta: Gostaria de ter mais informações relativamente ao pé boto, uma vez que foi diagnosticado na ecografia morfológica.
De: Ana Cristina Mota Dias
Localidade: Oeiras
Tenho dores no pé direito na zona do joanete. Já se sente mesmo uma saliência. Gostaria de saber qual o melhor caminho. Obrigado.
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